Bandeira de Pernambuco
Acordei ainda sonolenta no sábado do Galo da Madrugada. João Marcelo estava disposto. Corria pela casa com um chapéu, fantasiado de… galo, claro! Na verdade, a fantasia deveria ser de pinto, mas ele cantou de galo e se negou a vestir a roupa… Disse que iria metade galo, metade burrinha. Assim foi. Estava lindo mesmo, não é por ser meu filho, não (essa última frase – “não é por ser meu filho, não” – é, definitivamente, Coisa de mãe)! Arranquei Marcelo da cama, ressacado por uma Sexta-feira Gorda bem vivida. A família fantasiada – eu, de galinha, e o marido, de galo, para manter a “originalidade” -, estávamos prontos para atender ao chamado: “Ei, pessoal! Vem, moçada! Carnaval começa no Galo da Madrugada!” Esqueci de explicar, mas acho que o mundo inteiro sabe: O Galo da Madrugada é o maior bloco carnavalesco do planeta, de acordo com o Guinness Book, livro dos recordes, de 1995 (aqui em Pernambuco é assim: A gente é sempre o maior, o melhor, um complexo de superioridade grande… Aliás, acho que é o povo mais bairrista do mundo também, só para não perder o hábito…). Bom, o bloco reuniu este ano mais de dois milhões de pessoas. É gente pra todo lado. Vocês devem estar achando que somos loucos por aqui! Levar um menino de três anos para um bloco desse… Tranqüilizem-se! É uma questão de pernambucanidade saber a hora certa de chegar. Há aquele horário em que a gente ainda consegue entrar e sair do foco de animação. Chegamos às 9h lá e fomos avançando até chegar bem pertinho do Galo (esse da foto do post anterior). João Marcelo, extasiado. Ficamos lá, enquanto passavam maracatus, caboclinhos e orquestras de frevo. O menino de um metro olhava para aquele Galo imenso, de 33 metros de altura. Passamos mais de uma hora por ali, dançando, olhando para o boneco que representava o nosso Galo da Madrugada, vendo as mais belas fantasias… Lentamente, o povo ia chegando para celebrar uma das maiores festas do Estado. Aos poucos, também, eu e o pai íamos percebendo que chegava a hora de ir. Comecei:
“Filho, vamos?”
“Vamos para onde?”
“Para casa, filho…”
“Não quero ir para casa, não… Quero ficar perto do Galo”
“João Marcelo, daqui a pouco vai ficar cheio de gente e não vamos conseguir sair!”
“Eu não quero sair…”
Saímos, claro. Ele, aos prantos! Mas foi bom mostrar o Carnaval Multicultural do Recife para meu filho que é, sem dúvida, um pernambucano do rio Capibaribe!!!!!!!!!! Melhor ainda foi ele gostar…