Você estava nos meus braços, ontem, na hora de dormir. Soltou o peito e pendeu a cabeça, exausta, embalada pelo cansaço. Fiquei olhando e chorei. Queria que o tempo parasse, pensei. Que você não crescesse e que a gente tivesse momentos como aquele para sempre. Tentei segurar o tempo para que ele não se apressasse. Solucei, emocionada com a sua serenidade. Pedi que seu sono fosse sempre tranqüilo. Sorri porque me lembrei de que às vezes peço que você cresça logo, que o tempo passe… E fiquei pensando que o tempo deve ficar pensando: O que ela quer afinal? Que eu me apresse ou que eu retarde o passo? Sorri novamente. Olhei para você e apertei seu corpo contra o meu. Beijei sua bochecha gostosa. Você resmungou. Percebi que era hora de colocar você no berço e deixar que dormisse em paz. Saí do quarto refletindo sobre esse tempo da delicadeza que, daqui a pouco, não volta mais…
