Acho que o título do post define o que era minha vida antes do meu filho. Uma vida seca. Definir “vida seca” para mim, que sou nordestina, não é tarefa fácil. Apesar de vivenciarmos a seca como uma rotina e de o livro de Graciliano Ramos ser quase a nossa Bíblia, seca sempre nos remete à falta, a uma vida sem vida, sem cor. É aí que a explicação se torna mais complexa. Não que não fosse feliz antes de João Marcelo. Eu já era feliz, mas essa felicidade tomou uma outra dimensão. Era uma felicidade quase infeliz perto da sensação de plenitude que experimento hoje. Se criança é uma alegria permanente, filho é um presente-surpresa que não termina na hora que nos deparamos com ele. A primeira surpresa é apenas o anúncio do que está por vir: Uma vida pintada de verde, da cor do mato que cresce no interior do estado quando cai uma chuvinha, mesmo fina. Vida verde, da cor da esperança.
Vida seca
25 de agosto de 2009 2 Comentários