Hoje é, até zero hora, o Dia Mundial do Livro. Mas minha homenagem vai para meu pai. Ele me ensinou a amar livros. Chegava do trabalho cansado e lia comigo. Revezávamos na leitura. Ele lia uma página e eu lia outra. A imagem abaixo é do primeiro livro que me recordo de termos lido juntos. Guardo com um zelo enorme, embora esteja desgastado pelo tempo. Lembro-me de tê-lo comprado numa livraria que existia lá no Jayme da Fonte. Eu devia ter uns cinco anos, mas me recordo claramente do dia em que o compramos. Lembro-me também da Livraria Síntese que ficava no térreo do prédio onde morávamos, na Rua do Riachuelo. Lembro-me ainda da alegria de semanalmente entrar na Livro 7, bem perto do meu edifício. Lembro-me de uma infância tranquila, de muito afeto do meu pai e de estar sempre cercada por livros. E em tempos de redes sociais, em que ler um livro é quase um ato revolucionário, devo dizer que a leitura sempre foi para mim uma prática libertária. Vem me libertando de preconceitos e me salvando da estupidez que nos ronda a todos… Obrigada, pai. De tudo que aprendi com vc, o gosto pela leitura foi um dos maiores aprendizados. Vc me salvou muitas vezes, mas me ensinou a gostar de ler para que eu mesma possa me salvar quando estiver em perigo. Te amo sempre.
P.S. Gostaria de ser capaz de estimular meus filhos tanto quanto vc fez comigo. Mas confesso que a concorrência hoje em dia está desleal. Não sei se venço essa batalha.
A menina que amava livros
23 de abril de 2019 0 Comentário