Descobri o amor incondicional quando amamentei meus filhos. Não sei se já falei isso por aqui… Quando os recebi nos braços, numa sala fria de hospital, ainda não sabia o quanto os amava ou mesmo se os amava… A dor inicial, a falta de jeito, a insegurança e, principalmente, a superação de todas essas dificuldades é que me fizeram entender que eu tinha descoberto o “maior amor do mundo”. Eu estava amamentando João Marcelo quando, de repente, lágrimas rolaram copiosamente. E não eram de tristeza. Eram de uma felicidade plena. Um ano de amamentação, apesar de todas as restrições alimentares que sofri devido à alergia dele à proteína do leite de vaca. Muito leite doado ao Imip e uma total realização como mãe. Valentina me comovia todas as noites com sua avidez e persistência. Não largava o peito. É verdade que eu quase morri de tanto amamentá-la, mas fomos até o fim. Seis meses exclusivos de leite materno e ela ainda mamou até um ano e quatro meses. Não chegamos aos dois anos que a Organização Mundial de Saúde orienta, mas chegamos ao nosso tempo. Tenho uma relação com meus filhos muito amorosa e de confiança. Confio no amor deles por mim. Assim como, tenho certeza, João Marcelo e Valentina confiam no meu amor por eles. Nós nos entregamos mutuamente e vivemos essa entrega da maneira que podemos, com a intensidade que cada um tem para dar. Devo grande parte dessa entrega à amamentação. Devo grande parte desse amor às noites de aconchego, felicidade e insônia que só uma mãe conhece… Talvez, por isso, na Semana da Amamentação, todo ano, eu tento “pagar” meu débito, compartilhando, com todos e todas que me acompanham pelo blog, esse amor que a gente nunca vai conseguir medir…
Amor que não se mede
7 de agosto de 2012 13 Comentários